quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pesquisa mostra opinião dos brasileiros sobre a proposta de "novo código" florestal

O instituto de pesquisa Datafolha divulgou estudo sobre a percepção do brasileiro em relação à proposta de mudanças no Código Florestal. Foram entrevistadas mais de 1,2 mil pessoas em todo o país, entre os dias 03 e 07 de junho. A pesquisa foi realizada a pedido de organizações ambientalistas e a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Na avaliação do superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, a pesquisa é um instrumento muito importante para compreender a opinião da população em torno de assunto que tem gerado tantos debates.

“É extraordinário constatar que uma parte tão grande da população brasileira rejeite a proposta de reforma do Código Florestal aprovada na Câmara”, afirmou Scaramuzza.
“Agora é a hora de o Senado ouvir a voz do povo e impedir o desmantelamento do Código Florestal. A forte preocupação da população com a conservação das florestas é o alicerce para o governo se empenhar de forma firme junto aos senadores para aperfeiçoar a lei atual assegurando sua implementação efetiva e o cumprimento das metas de reduções de emissões do Brasil. Dessa forma, teremos florestas melhor conservadas, água para as cidades e áreas rurais, habitat para a biodiversidade, solos e polinizadores para a agricultura, além de darmos nossa contribuição para um clima mais seguro”, avaliou.

Confira abaixo o resumo e os resultados da pesquisa Datafolha:
1. A pesquisa visa avaliar o conhecimento e a opinião da população sobre os temas abordados na proposta conhecida como "novo Código Florestal" e votada pela Câmara dos Deputados no final de maio. O questionário foi realizado e aplicado pela Datafolha, por solicitação de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, SOS Mata Atlântica e WWF-Brasil.

2. Foi realizada pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal dos entrevistados, mediante questionário estruturado com cerca de 10 minutos de aplicação. A checagem foi simultânea à coleta de dados e cobriu cerca de 20% do material de cada pesquisador. Trata-se de uma pesquisa com abrangência nacional, incluindo áreas urbanas e rurais, e o universo pesquisado foi de pessoas com 16 anos ou mais, com telefone fixo. O levantamento foi realizado entre os dias 3 e 7 de junho de 2011. Foram realizadas 1.286 entrevistas. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

3. O resultado é relativamente homogêneo entre as diferentes regiões e classes de renda (com diferenças pouco expressivas) e ainda mais homogêneo quando se considere a área urbana versus a rural. Neste caso, a diferença está quase sempre dentro da margem de erro, apontando para uma opinião bastante consistente entre campo e cidade.

4. O fato que houve expressiva cobertura midiática sobre a recente votação na Câmara dos Deputados fez com que quase dois terços da população declarem ter tomado conhecimento da votação, embora a parcela que se declara bem informada seja modesta, o que reflete a complexidade do tema.

5. Em geral, a pesquisa revela uma opinião pública com forte preocupação pela conservação das florestas, até mesmo quando esta é colocada como eventual fator limitante da produção agropecuária; dependendo das perguntas, a porcentagem dos brasileiros que discordam da proposta votada na Câmara dos Deputados varia entre 77% (a favor do adiamento do debate para ouvir a ciência) e 95% (que não aceitam perdoar desmatamento ilegal sem recuperação).

6. Na pergunta básica e introdutiva, na qual se coloca a alternativa entre dar prioridade para a proteção das florestas (mesmo que isso limite a produção agropecuária) ou para produção (mesmo que limite a proteção das florestas), a primeira alternativa recebe 85% e a segunda, 10%, com 5% de "não sei".

7. No caso do perdão do desmatamento ilegal, foram realizadas perguntas diferentes. Quando se oferecem três opções qualificadas, com uma intermediária, é possível observar como a primeira escolha da população seja em prol da mais rigorosa, isto é a de punir em qualquer caso para dar o exemplo, escolhida por 48% dos entrevistados; em seguida vem a opção intermediária (a de punir só quem se recusa a repor a floresta) com 45%, enquanto a opção de perdoar sem repor a floresta, objeto da proposta votada pela Câmara dos Deputados, atinge meros 5%. Quando se apresentam apenas duas opções, 79% se declaram em geral contra perdoar penalidades e multas (com 19% que aceitam esta possibilidade) e 77% se declaram contra a dispensa da reposição da floresta (com 21% que a admitem).

8. Já no caso da ocupação das Áreas de Preservação Permanente (encostas, topos de morro, várzeas, etc.), prevalece a opção intermediária, ou seja, a de manter apenas cultivos que segurem o solo e não gerem riscos de acidentes, com 66%, seguida da opção de remover todos os cultivos, com 25%, enquanto aquela de manter todos os cultivos - conforme proposta aprovada pela Câmara dos Deputados - é apoiada por apenas 7% da população.

9. A opinião geral sobre o tema é confirmada quando se passa a considerar as implicações políticas: 79% apoiam o eventual veto da presidente, no caso em que o Senado validasse a proposta da Câmara. Trata-se de uma parcela muito superior àquela que aprova em geral a atuação da presidente, que foi de 47% na mais recente pesquisa Datafolha, em março. Uma parcela ainda maior, atingindo 84%, afirma que não votaria em deputados e senadores que tenham votado a favor do perdão de desmatamento ilegal.

10. Uma parcela levemente inferior, atingindo 77%, apoia a proposta da comunidade dos cientistas para adiar a votação no Senado, de forma a ter mais embasamento técnico-científico na nova legislação, enquanto 20% consideram que seria melhor votar imediatamente, de qualquer forma.

fonte: http://www.wwf.org.br/

sábado, 4 de junho de 2011

ONU pede mais ação para reduzir epidemia global de tabaco

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu mais ação para reduzir as mortes relacionadas ao consumo de tabaco, e incentivou a luta contra outras doenças não-contagiosas durante o Dia Mundial sem Tabaco.

foto montagem: Roni Bacana
O tabaco traz consigo outras doenças crônica, como a câncer e as cardiopatias (doenças do coração), Ban lembrou que o fumo “matou aproximadamente 100 milhões de pessoas no século XX e pode chegar a bilhões neste século se as providências não forem tomadas”.

O tabagismo é a segunda causa de morte no mundo todo atrás da hipertensão, e seis milhões de pessoas podem morrer este ano devido a exposição à fumaça, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Algumas das medidas que contempla este acordo são reduzir a demanda do fumo com impostos e preços mais altos, estabelecer impedimentos aos anúncios de tabaco e impedir a venda deste produto a menores de idade.

“Os países usam as recomendações do tratado para proteger seus cidadãos, e deixam claro que o tabaco nos empobrece, tanto em termos de saúde como em termos econômicos”, disse Ban, que especificou que ainda “tem muito por fazer”.

“Definitivamente estamos melhor que antes, pois sabemos o que temos que fazer, já que há mais de 170 países comprometidos em respeitá-lo. Afinal, tudo o que consta no acordo é eficaz para diminuir a mortalidade relacionado ao fumo”.

fonte: terra.com.br

O fator ética no fotojornalismo

Até onde vai o prazer, o direito de tirar uma fotografia da dor ou da desgraça de alguém, ou melhor, onde começa o meu direito e o do próximo, qual é o momento ideal, exato de retratar a realidade, o tão almejado instante decisivo, que fatores devo levar (enquanto fotojornalista) em consideração na hora de “imortalizar”, documentar aquele momento que certamente será único.

Estas são indagações que não há um paradigma completo que as respondam, e sim (acredito) que a resposta está em cada um de nós, em cada fotógrafo que dê sua vida a seu trabalho, e em função de levar às pessoas a retratação fiel de um fato.

Os fotojornalistas se deparam a todo momento com questões corriqueiras do dia-a-dia que revelam como seu trabalho é primordial para o jornalismo.

A imagem casada com o texto o complementa, revela o que está além da noticia, abre um leque em nossa mente onde podemos ter postura crítica sobre determinado assunto.

E só podemos “crer” no que vemos porque acreditamos que os profissionais formadores de opinião, possuem a consciência da responsabilidade que carregam, que tenham ética.
fonte: fontecom.com




Há ainda o fato da tecnologia digital poder alterar qualquer imagem e distorcer a realidade por si transmitida, faz com que o público por vezes perca a credibilidade a estes profissionais em relação àquilo que vê.

O fotógrafo tem que ser fiel ao descrever o fato, e nem sempre o é. Certamente que "editar" uma imagem não é necessariamente uma quebra do código de ética, nem estou aqui fazendo aversão às tecnologias, pelo contrário acredito que elas surgem para somar conhecimento adquirido, com conhecimentos futuros.

Mas deixar de retratar de forma fiel a realidade para manipulá-la, muitas vezes de maneira negativa (como no antigo jornalismo marrom) aí creio que não seja a maneira correta de se transmitir uma noticia.

Faço menção às palavras de Daniel Ramalho “a ética é uma coisa pessoal, você não tem um manual de instruções de ética, de como deve se comportar, eu particularmente tento me colocar no lugar das pessoas, do outro lado, das vitimas, elas tem o direito de não querer se expor”.

O trabalho do repórter fotográfico é algo muito amplo devendo conter uma produção consciente do que vê, retrata e informa através de fragmentos de luz tornando estes acontecimentos significativos e muitas vezes em dramáticos poemas do cotidiano humano.

As imagens podem ser de fatos políticos, históricos, sociais, esportivos, culturais, natureza, retratando alegria, sofrimento, dor, esperança, dentre outras.

Finalmente devemos ter presente que a função do repórter fotográfico é registrar fatos, acontecimentos e momentos essenciais na vida do ser humano, em imagens com o objetivo de informar, de questionar, de esclarecer e gerar opiniões aos leitores de jornais revistas.

fonte: www.comunicamos.org/observador/fotojornalismo